Por Laura Guido, com revisão de Daniel Nardin
O músico, compositor, pesquisador e produtor musical Félix Robatto publicou vídeo em colaboração com a plataforma Amazônia Vox, indicando três músicos amazônidas para destacar o trabalho de artistas que representam a música contemporânea da Amazônia, ajudando a difundir um pouco mais da diversidade da nossa região. A iniciativa integra uma série de postagens com produtores de conteúdo nas redes sociais em diversas áreas e o time tem ainda José Kaeté, Victor Israel, Izabela Nascimento, Sonia Ferro e Izabela Nascimento.
Félix Robatto pesquisa a música amazônida e atuou como produtor em trabalhos como o álbum “Treme”, primeiro álbum solo de Gaby Amarantos, indicado ao Grammy Latino, o álbum “Lia Sophia” da cantora e compositora Lia Sophia, o dvd de Mestre Vieira “50 Anos de Guitarrada”. Félix também é o diretor musical do álbum “Tecnoshow” de Gaby Amarantos, vencedor do Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Raiz em Língua Portuguesa 2023. Produtor musical, além de inúmeras iniciativas e projetos, idealizou o festival Lambateria, uma festa de música latino-amazônica que virou referência em Belém.
Assim como os demais produtores, mensalmente Félix irá trazer outros nomes e álbuns que mostram a potência dos sons da Amazônia e, a partir da musicalidade, impulsionam a cultura amazônida.
Mestre Vieira
Joaquim de Lima Vieira nasceu em 29 de outubro de 1934, em Barcarena, no Pará. Faleceu em fevereiro de 2018. Ainda nos anos 1960, formou seu primeiro conjunto regional e no final da mesma década inseriu a guitarra entre os instrumentos para as composições do grupo. “Os dinâmicos” gravaram 13 LPs, com destaque para “Lambadas das Quebradas” e “40 Graus”, já em 1991.
Em 2003, Vieira reaparece na cena musical com Os Mestres da Guitarrada, projeto fruto da pesquisa do músico, pesquisador e produtor musical Pio Lobato, que reposiciona Vieira, como Mestre e criador da Guitarrada, gênero musical precursor da Lambada. Em 2012, grava o DVD Mestre Vieira 50 Anos de Guitarrada, ao vivo, no Theatro da Paz, com produção da jornalista Luciana Medeiros e, em 2015, o CD Guitarreiro do Mundo. Em 2017, mês de setembro, Vieira se apresentou no Festival do Abacaxi, e em outubro fez apresentações no Rio de Janeiro, Niterói e Belém. O último show, realizado em Barcarena para comemorar, no dia 29 de outubro, seu aniversário de 83 anos, emocionou toda a cidade. Em 02 de fevereiro de 2018, a “milagrosa”, sua guitarra, cala-se para sempre. Texto extraído de https://mestrevieira.com.br
Nazaré Pereira
A cantora, compositora e atriz nasceu na cidade de Xapuri, no Acre, mesma cidade do líder ambientalista Chico Mendes. Filha de pai seringueiro e mãe lavadeira, é um dos maiores nomes da música amazônida. Ainda criança, mudou-se para o Pará e viveu em Icoaraci, na Grande Belém.
Já adulta, partiu para o Rio de Janeiro e atuou em diversas novelas, recebendo reconhecimento nacional e projetando a carreira internacional, em especial Portugal e França. Atuou com peças de teatro e shows musicais, unindo teatro, dança e música. Além do sucesso na Europa, fez turnês pelo Brasil, além de países do Oriente Médio e África. Na década de 1990, produziu gravações de destaque em parceria com músicos da Amazônia, como “Sabor açaí”, com Nilson Chaves, “Nasci para bailar”, com Paulo André Barata. Em 2003, lançou “Brasil Capoeira”, também pela gravadora Sunset- France. Por essa época, a gravadora americana Putumayo incluiu várias interpretações suas em coletâneas lançadas somente para o mercado norte-americano.
Em 2004, gravou o álbum “Xapury, Belém Paris” com músicas de compositores paraenses e de sua autoria. Em 2018, o produtor de hip hop norte-americano Metro Boomin introduziu na música “Who’s Stopping Me”, terceira canção do disco colaborativo entre ele e o cantor também norte-americano de rap Big Sean, sua interpretação de “Clarão da Lua”, lançada em 1999. Com a mixagem, sua voz e nome ganharam repercussão mundial na época.
Com informações e texto de https://dicionariompb.com.br/artista/nazare-pereira/
Paulo André Barata
O cantor, compositor e instrumentista é filho de Ruy Barata, seu parceiro em muitas músicas. Nasceu em Belém, no dia 25 de setembro de 1946 e faleceu no dia de seu aniversário, em 2023, aos 77 anos. Teve as suas primeiras obras, “Indauê Tupã” e “Esse rio é minha rua”, um dos maiores sucessos da parceria com Ruy Barata, gravadas por Fafá de Belém em 1976 no LP “Tamba Tajá” que lançou a cantora nacionalmente.
As parcerias com Fafá de Belém seguiram nas décadas seguintes, com músicas como “Foi assim”, um dos maiores sucessos da carreira da cantora, além do álbum “Banho de cheiro”.
Em 1997, lançou o CD duplo “Uirapuru”, com as participações especiais de Sérgio Ricardo, Jane Duboc, Lucinha Lins, Gilson Peranzzetta, Robertinho Silva e Maurício Einhorn, entre outros. Em setembro de 2018 lançou o álbum “Paulo André Barata”, com músicas próprias e de outros compositores.
Com informações e texto de https://dicionariompb.com.br/artista/paulo-andre-barata/